O Palacete Provincial, no Centro Histórico de Manaus, será palco da abertura do Mês da Consciência Negra com a exposição “Amazônia Preta”, que inicia neste sábado (1º), às 10h. A mostra é um convite à celebração da negritude e da ancestralidade por meio das artes visuais, performances e intervenções urbanas que transformam o espaço histórico em um território de resistência simbólica.
Realizada como desdobramento do projeto “Pretoberâncias”, a exposição foi contemplada pelo Edital Povo Negro – Lei Aldir Blanc nº 10/2024 e conta com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.
A abertura da “Amazônia Preta” será marcada pelo cortejo do Maracatu Pedra Encantada, que sairá da Praça Heliodoro Balbi em direção ao Palacete Provincial. A caminhada artística convida o público a um momento coletivo de escuta, encontro e valorização da cultura afro-amazônica.
Mais do que uma mostra, o evento se propõe como um ato de visibilidade e reafirmação da presença negra na Amazônia, integrando arte, memória e identidade em um mesmo espaço.
Homenagem a personalidades negras amazônicas
Um dos pontos altos da exposição é a intervenção artística “Gigantes da Memória”, que ocupa as 17 janelas do Palacete com ilustrações de personalidades negras da Amazônia que marcaram a história nas áreas da educação, ciência, cultura e artes.
A instalação transforma o edifício histórico em um marco visual de resistência e reconhecimento, convidando os visitantes a refletirem sobre o papel dessas figuras na formação da identidade amazônica.
A “Amazônia Preta” reúne mais de 20 artistas e colaboradores, entre eles Anete Valdevino, Daniel Esteves, Ducoq, Yires, Shek, Lima, Ecto, Vic, Sìsí Rolim, Toró, Vivian Evangelista, Joe Maia, Subproduto, Geci, Flora e Dayo Nascimento, além de participações especiais de Bruno Souza, Bina, Áquila Muniz, Junior Gonçalves, Ventinho, Rana Mariwo e o Maracatu Pedra Encantada.
A curadoria é de Marcelo Rufi, com projeto visual de Manuo e montagem de Haisha, Estevan Leandro e William Nascimento. O registro fotográfico é assinado por Edvando Alves e André Cavalcante Pereira, e a consultoria de acessibilidade por Henry Martínez Hernández, reforçando o compromisso da mostra com a inclusão e o acesso democrático à arte.
Com “Amazônia Preta”, o Centro Histórico de Manaus ganha novas cores, sons e significados. O Palacete Provincial, antes símbolo de uma história oficial excludente, se transforma em um espaço de ressignificação e pertencimento, reafirmando a potência da arte negra amazônida como instrumento de memória, resistência e transformação social.

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