Matheus Menezes; 22/08/2025 às 18:26

HQ amazonense resgata episódio histórico e esquecido da Revolução Constitucionalista na Amazônia

A produção lançada pela Black Eye Estúdio retrata a Batalha de Itacoatiara, ocorrida em 1932

A inédita história em quadrinhos produzida no Amazonas, “A Batalha de Itacoatiara” é uma produção literária que traz à tona um acontecimento praticamente ofuscado da memória histórica nacional: a batalha ocorrida em Itacoatiara, município a 270 quilômetros de Manaus, durante a Revolução Constitucionalista de 1932. 

Com roteiro de Emerson Medina e arte de Romahs, o quadrinho traduz a intensidade dos fatos em ilustrações envolventes e atuais que detalham um confronto naval que levou a guerra civil brasileira para o coração da Amazônia. 

Foto: Divulgação

Nos anos 1930, o movimento liderado por Getúlio Vargas rompeu com a política do “café com leite” e prometeu ao país uma nova constituinte e eleições democráticas. Visto que o acordo não foi cumprido, a insatisfação da população, especialmente em São Paulo, diante da nomeação de interventores federais provocou uma rebelião armada contra Vargas.

No Norte do país, a revolta iniciou em Óbidos (PA) e avançou até o Amazonas. É essa circunstância pouco conhecida que a HQ coloca em evidência nas suas páginas, mostrando Itacoatiara como palco de um épico confronto naval entre tropas governistas e revoltosas, narrado em um ritmo cinematográfico que prende o leitor do começo ao fim. 

O lançamento da graphic novel está previsto para novembro deste ano, em um evento cultural a ser realizado na tradicional Banca do Largo, na capital amazonense.

O prefácio da obra é assinado por Gonçalo Junior, jornalista, escritor e pesquisador nas áreas de cinema, imprensa, música e histórias em quadrinhos.

“Mais do que contar uma história esquecida, buscamos mostrar a importância da Amazônia em um momento-chave da formação política do Brasil. A Batalha de Itacoatiara demonstra que o movimento de 1932 não foi restrito ao Sudeste, mas teve reverberações nacionais, atingindo também nossa região”, afirma Raphael Russo, historiador e membro do Black Eye Estúdio.

O projeto conta ainda com a participação de Beatriz Mascarenhas (revisão), Thais Mannala (edição) e Tieê Santos (arte-final).

Romahs, Emerson Medina e Crystieê Santos

Foto: Divulgação

O projeto foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal, e promovido por edital da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC), por meio do Fundo Estadual de Cultura e Conec, do Governo do Amazonas.

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