Thaís Andrade; 23/07/2025 às 14:39

Cine Carmen Miranda lança documentário francês e show com Lucas Sistilho neste fim de semana

O cinema de rua abrirá na sexta-feira, 25, e sábado, 26, com o documentário francês ‘A orelha nua’ e o show musical ‘Sistilho’, respectivamente

O Cine Carmen Miranda encerra a programação do mês de julho com o lançamento do documentário “A orelha nua”, dos diretores Rodolphe Alexis e Eloïse Guénard, na próxima sexta-feira, 25, às 18h, com acesso gratuito. Está confirmada a presença dos cineastas diretamente da França. Após os episódios do filme, eles debaterão o trabalho com o público.

Imagem: Divulgação

No sábado, 26, o cinema terá uma atração musical com o show “Sistilho”, do jovem cantor Lucas Sestilho, em duas sessões, às 18h e 20h, com ingressos a R$ 25, através do site Sympla.

Sexta-feira – 25 de julho 2025

18h – Documentário ‘L’oreille nue’ (A orelha nua)

Imagem: Divulgação

França, 2025, 115 minutos, Documentário. Após os episódios, um bate-papo com os realizadores franceses e público. Parceria: Aliança Francesa Manaus

Participantes

Carlos Tuyama: Ornitólogo e coordenador do Projeto Harpia para a proteção de aves de rapina, ele é muito próximo da comunidade. Foi ele quem fez a conexão inicial com os Paiters, uma combinação de afinidade interpessoal, interesse naturalista e experiência etnográfica autodidata.

Fabrício Gatagon-Surui: Estudante de biologia e ecologia e morador da Linha 9 adeia, ele estabelece um elo entre a tradição e o conhecimento contemporâneo. Tradutor na área, ele também trabalha em seu próprio nome.

Paueika Lúcia Surui: Mãe de Fabricio, ela interpreta os sons da floresta e seus significados na cultura Suruí, relembrando os sons de sua infância, a mitologia e o que mudou desde o contato com o homem branco.

Abipuia Surui: Um bom rastreador e caçador, ele é excelente em imitar canções para atrair presas, além de identificar presságios.

Urariwe Tiago Surui: Cacique da aldeia Linha 9 e ex-funcionário da FUNAI, ele atua como professor da aldeia e fala sobre os desafios de transmitir o conhecimento tradicional autóctone.

Mopilabatem Luis Surui: chefe de um posto de saúde da aldeia e compositor de música tradicional, ele se apresenta e explica os temas recorrentes da música Suruí.

Kadior Yabini Matera Surui: Um dos decanos da comunidade, que domina a arte de imitar animais para caçar, ele transmite histórias dos mitos fundadores e relembra seu contato com a sociedade brasileira.

Mambuara Surui: Uma criança na época do contato que se tornou o chefe da família Joaquim aldeia, esse ex-caçador agora se tornou um simples andarilho ouvinte.

Rodolphe Alexis et Eloïse Guénard : Intervindo em seu próprio nome e de acordo com seus vínculos com esse território; eles confrontam sua respectiva escuta e a de seus anfitriões, questionando sua presença nesses lugares e o ato de gravar. Outros participantes (existentes) : Gavião real, tucanos-de-bico-vermelho, araras-vermelhas, canidara, arara maracanã, capivara, anta, corujinha-orelhuda, inambu-serra, jacamim, bacurau, macacos zogui zogui, bugios, cricrió, sapo-canoeiro e outros anfíbios, cigarras.

Sinopse

‘L’oreille nue’ (A orelha nua) é um documentário criativo de dois episódios de 50 minutos, filmado na Amazônia Brasileira em junho de 2024, no estado de Rondônia, na Terra Indígena 7 de setembro, terra natal do povo Paiter Suruí. Desde o “contacto” (com os brancos) em 1969, os Paiter Suruí lutam pelo reconhecimento dos seus direitos e da sua cultura, passando de um modo de vida baseado na caça e na horticultura para o cultivo de café, banana e projetos ambientais. Questionando nossa relação com a alteridade e como “nos ouvimos no mundo”, este documentário explora como a escuta e a gravação afetam tanto a comunidade Paiter Suruí quanto os criadores do documentário sonoro. Conscientes dos preconceitos em jogo, os realizadores recolheram testemunhos que questionavam a sua própria posição e a reconstrução de uma realidade polifónica feita de camadas.

À medida que nos movemos através do murmúrio de vidas e histórias, a narrativa conduz-nos das particularidades tópicas da escuta a considerações mais gerais e políticas sobre a transmissão intergeracional e a preservação da biodiversidade. Combinando recordações pessoais e as palavras de uma comunidade sobre a sua própria história com gravações de campo, este documentário ressoa com a exuberância sonora de uma floresta densa, centrando-se na forma como cada pessoa sente, compreende e traduz o mundo à sua volta de acordo com a sua experiência acústica. Vencedor do Fundo Gulliver SCAM França-Bélgica, este documentário será transmitido na RTBF (rádio nacional belga) no verão de 2025.

Episódio 1 – 50min

O primeiro episódio nos introduz ao universo acústico da Terra Indígena de Sete de setembro, mostrando a dimensão semiótica da escuta entre o povo Paiter Suruí: sinais e presságios, imitações para a caça. Mas também revela uma pluralidade de sensibilidades em função dos perfis dos interlocutores: ancião comunitário, caçador, doutorando, jovem geração….

Episódio 2 – 50min

O segundo episódio analisa a evolução do ambiente acústico desde o contacto, refletindo as mudanças culturais e sociais que ocorreram na comunidade. A sensibilidade acústica levanta questões de transmissão e educação, conservação do território, autonomia e resistência à homogeneização do modo de vida capitalista.

Sábado – 26 de julho 2025

18h e 20h – Show de Lançamento do EP ‘Sistilho’

Imagem: Divulgação

Duração do show: 80 minutos. Ingresso no Sympla a R$ 25

Capacidade por sessão: 44 lugares

Ficha técnica do evento

Banda

Lucas Filizola, Abner Pires e Gustavo Garcez

Produção

André Ethos, Letícia Pena, Sofia Leide e Lucas Filizola

Fotos de divulgação: Mário Hirotoshi

Sinopse

“Sistilho” é o projeto musical autoral de Lucas de Almeida Filizola. Seu primeiro single, Álveo/Leito, foi lançando pela Tratore em setembro de 2020 nas plataformas de streaming, contando com participações especiais de artistas locais e tendo mix e master assinadas por Diogo Strausz. Em arranjos acústicos de cuidado harmônico, Sistilho vem gravando e compartilhando suas músicas de forma independente pelo seu Soundcloud “soundingitout” desde 2015. O trabalho composicional de Sistilho faz parte de uma investigação artística contínua do cotidiano enquanto um mosaico de lembranças. Após vários shows solo entre 2018 e 2019 e participação nos discos da Luneta Mágica e de Gabi Farias, em 2022, Sistilho se prepara para lançar seu single/EP Passado Pra Sempre ainda em 2025.

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